Desenvolvimento significa mudanças, novos comportamentos e transformações no organismo e cada etapa é pré-requisito para a próxima. O desenvolvimento motor permeia a vida de todas pessoas, possibilitando o ganho de habilidades e a realização de atividades diárias. 

Muitos autores dizem que grande parte de todo o desenvolvimento motor ocorre na infância e por isso ele pode ser considerado um dos melhores indicativos de desenvolvimento e bem estar das crianças. Mas você sabia que existem diversas escalas avaliativas para o desenvolvimento típico ou com alterações? 

Mas antes de conhecermos as escalas mais comuns, Você sabe como escolher a escala avaliativa de seu paciente?

Escolhendo a escala avaliativa correta

Dependendo do diagnóstico da criança (ou a ausência de diagnóstico médico) é escolhida uma escala de avaliação neuropediátrica específica para avaliação. Vamos listar as mais utilizadas e suas finalidades:

  • AIMS (Alberta Infant Motor Scale) – Avalia o déficit motor de uma forma geral, independente de doenças;
  • GMFCS (Sistema de Classificação da Função Motora Grossa) e GMFM (Mensuração da Função Motora Grossa) – muito utilizadas na verificação do nível de desempenho motor. Elas permitem um maior enfoque na deficiência motora e a avaliação quantitativa dos movimentos e a sua evolução. 
  • PEDI (Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade) – avalia a independência das rotinas diárias;
  • GM (General Movements) – avaliação de possíveis vulnerabilidades nos recém-nascidos;
  • PROTEA-R (Sistema de Avaliação do Transtorno do Espectro Autista) – auxilia no diagnóstico e acompanhamento da criança com possível Transtorno do Espectro Autista (TEA). 

Há outros diversas escalas tão boas quanto as citadas. O ideal que o profissional escolha de acordo com as características e diagnóstico da criança e a sua habilidade em aplicá-las.

Etapas da avaliação neuropediátrica

Uma avaliação neuropediátrica completa é iniciada pela etapa de anamnese. Essa etapa é fundamental e é onde o fisioterapeuta irá conversar com o paciente, ou os pais, para verificar as principais queixas. Em seguida, o terapeuta irá verificar qual escala avaliativa mais se adequa a criança e proceder para os exames motor, sensorial, físico e funcional e verificar o desenvolvimento destes quesitos de acordo com o esperado pela idade cronológica da criança.

Tendo como base o resultado da avaliação e a anamnese, o fisioterapeuta então inicia o tratamento. É indicado que a avaliação seja realizada periodicamente para que novos objetivos de tratamento sejam traçados.

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Até mais!

A abordagem em crianças portadoras do transtorno do espectro autista (TEA) requer sempre uma equipe multidisciplinar, como o fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicopedagogo e terapeuta ocupacional. Hoje, no entanto, iremos nos focar na fisioterapia no tratamento do TEA, que pode ter um impacto extremamente benéfico na qualidade de vida dos pacientes.

As crianças com TEA possuem alguns desafios em muitas áreas da sua vida. Além de atrasos no desenvolvimento, a maioria tem baixa tonificação muscular e grandes dificuldades de coordenação motora (correr, chutar, lançar, etc.). Estas questões podem interferir no funcionamento básico do dia a dia e é quase certo que elas interferem no desenvolvimento social e físico.

O desenvolvimento de uma criança com TEA

Normalmente, a partir dos 6 meses a criança já começa a apresentar alguns sinais muito sutis, como não atender ao chamado da mãe ou então a falta de interação durante o aleitamento materno. Essas diferenças de comportamento muitas vezes não são percebidas logo de imediato, mas, como já publicamos, existem pesquisas que preveem diagnosticar o TEA a partir do 3 meses, por meio de um eletroencefalograma (EEG).

Muitos sintomas apenas são percebidos perto dos 2 anos, que podem variar desde a dificuldade com a coordenação, a falta de força muscular e de equilíbrio.

A atuação do fisioterapeuta no TEA

O profissional de fisioterapia atua diretamente em funções determinantes para a vida da criança e adolescente com autismo; e até mesmo adultos. É importante ressaltar que quanto antes o tratamento iniciar, maiores são as chances de uma evolução bem-sucedida existir. 

No caso das habilidades motoras, o fisioterapeuta atua em funções básicas, como andar, sentar, ficar de pé, jogar, rolar, tocar objetos, engatinhar e a se locomover de maneira geral. atuando, principalmente, na melhora da qualidade de vida da criança. Além disso, também podem trabalhar com os pais para ensinar técnicas para ajudar os filhos a desenvolver força muscular, coordenação e habilidades motoras.

Já em ambientes escolares, os fisioterapeutas podem fazer com que as crianças trabalhem com eles individualmente, ou encorajá-las a participar nos ambientes ou em situações da vida real. Não é incomum que um fisioterapeuta crie grupos, juntando vários tipos de crianças, para trabalhar nos aspectos sociais das capacidades físicas. Fisioterapeutas também podem trabalhar juntamente com os professores de educação especial e auxiliares, professores de educação física e pais, para fornecer ferramentas para a construção de habilidades sociais e físicas.

A fisioterapia no tratamento do TEA: o método Bobath

Dentre vários exercícios voltados para a melhora do autista, muitos fisioterapeutas trabalham com o método Bobath, responsável por resultados muito satisfatórios. Importante salientar que tal técnica não surgiu para a intervenção no autismo, mas para casos envolvendo derrames cerebrais e paralisias infantis. Além disso, o método pode ser empregado em crianças e adultos.

Os fisioterapeutas entram com o método Bobath para a atuação em detalhes imprescindíveis na vida do autista. O trabalho na coordenação é uma das prerrogativas. Além disso, a adequação do corpo a uma postura (física) mais saudável é o ponto-chave da técnica Bobath. Ela é responsável por:

  • Aumentar o controle sobre a postura;
  • Simetria do corpo;
  • Variar as posturas;
  • Alongamento;
  • Aumentar ou diminuir tônus muscular;
  • Estimular extensão de cabeça, tronco e quadril nas crianças hipotônicas;
  • Estimular a reação de proteção e equilíbrio;
  • Trabalhar as rotações do tronco.

É válido reiterar que cada caso é único, então os resultados só podem vir a cada um de forma distinta. O autista pode ter uma vida muito melhor quando as intervenções são realizadas por profissionais multidisciplinares e acompanhamento dos pais.

É válido reiterar que cada caso é único, então os resultados só podem vir a cada um de forma distinta. O autista pode ter uma vida muito melhor quando as intervenções são realizadas por profissionais multidisciplinares e acompanhamento dos pais O autista é uma pessoa especial que merece atenção tanto dos profissionais que os cercam quanto dos pais, dando para ele as melhores estruturas para que possam levar uma vida quase normal.

Se você, fisioterapeuta, está em busca de qualificação profissional para poder promover uma melhor qualidade de vida aos seus pacientes com autismo, não deixe de conferir em nossa agenda o curso de Abordagem Fisioterapêutica no Autismo (TEA), com a fisioterapeuta Andreza Hoepers da Clínica Viva Neuroreabilitação de São Paulo/SP.

Referência: Verywell Health.

Não é de hoje que sabemos que a bandagem promove inúmeros benefícios aos pacientes, principalmente no combate a dores musculares. Como já escrevemos aqui no blog, a kinesio tape está sendo muito utilizada no tratamento de doenças neurológicas, principalmente em crianças.

A fisioterapia está buscando novas técnicas para que a reabilitação de crianças seja mais leve e rápida. A Bandagem surge como uma opção, principalmente em crianças com paralisia cerebral, já que estudos vêm comprovando que ela eleva a ativação muscular e auxilia no controle da sialorréia (deglutição da saliva).

Paralisia Cerebral

A paralisia cerebral (PC) é uma desordem não progressiva do sistema nervoso central, causada pela falta de oxigenação no cérebro do bebê. Ela causa uma forte rigidez muscular, alterações do movimento, da postura, falta de equilíbrio, falta de coordenação e movimentos involuntários, necessitando de cuidados durante toda a vida.

A criança com PC pode apresentar alterações motoras, posturais e de tônus muscular, levando à não coordenação dos movimentos e limitações de atividades.  Dentre as alterações neuromotoras e musculoesqueléticas, encontram-se encurtamentos musculares, desalinhamento biomecânico e fraqueza muscular.

O  tratamento  de crianças  com PC é realizado  por meio de técnicas convencionais   de Fisioterapia, tais como, o conceito Neuroevolutivo Bobath, a Hidroterapia e a Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP).

Atualmente métodos inovadores estão sendo incluídos no programa de reabilitação onde encontramos a bandagem. A bandagem vem sendo tão estudada ultimamente, pois apresenta características importantes como ser hipoalergênica, possuir secagem rápida, elasticidade ideal, grande durabilidade e disposição da cola no formato de micro-ondulações, o que facilita a sua aplicação em tecidos e articulações.

O que os estudos falam?

Em 2014, em um estudo publicado pela revista “Developmental Neurology and Child Development” sobre os efeitos da bandagem em crianças com paralisia cerebral. Este estudo concluiu que a bandagem é uma abordagem complementar a resposta proprioceptiva, a aptidão física, função motora grossa e as atividades da vida diária.

Já em 2015, um estudo realizado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) considera a hipótese de que a bandagem é capaz de promover uma estimulação sensorial durante a aplicação na epiderme, o que aumenta as aferências para o sistema somatosensorial. Assim, acredita-se que ocorrerá a estimulação de mecanorreceptores cutâneos (receptores de Ruffini), que são ativados com o estiramento e pressão da pele. Entretanto, cientificamente, não há comprovação que a bandagem ative este mecanismo.

Como conclusão deste estudo, a bandagem aparece como uma promissora técnica, pois demonstra resultados benéficos na melhora da função motora grossa de crianças com PC.

Outros estudos foram capazes de comprovar a eficácia da bandagem na melhora do controle da sialorréia. Com isso, a bandagem se destaca como um importante recurso também na área de fonoaudiologia.

Devemos destacar que a bandagem só deve ser aplicada por profissionais habilitados das área de fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional.

A técnica da bandagem pode ser aplicada em diversas outras áreas. Quer aprender mais? A Neurocrescer está com turma aberta para o curso de Bandagem na Neuropediatria. Aproveite, pois as inscrições são limitadas.

A bandagem é uma técnica desenvolvida no Japão em 1973 e é muito utilizada no meio esportivo. Apesar disso, seu uso não está restrito e está sendo aplicada em diversos outros segmentos da fisioterapia, como a neurológica. Estudos apontam muitos benefícios da técnica em doenças neurológicas.

A bandagem é dividida em dois grupos: as elásticas e as não elásticas. O foco deste artigo serão as elásticas.

Objetivos da Bandagem

A bandagem, ou kinesio taping, é uma fita adesiva elástica, hipoalergênica, à prova d’água, sensível ao calor, não contém nenhuma substância medicamentosa, e é composta por 100% de algodão adesivo, tendo uma espessura e textura muito semelhante à da pele. A cola adesiva da bandagem é disposta em formatos de linhas que imitam as das impressões digitais, a fim de simular os diversos sentidos da elasticidade humana.

O objetivo da técnica é proporcionar aos pacientes um recurso terapêutico que auxilie o corpo a buscar seu equilíbrio nos intervalos das sessões de terapias. Hoje ela pode ser utilizada tanto por fisioterapeutas, quanto por fonoaudiólogos, quiropatas e terapeutas ocupacionais, podendo ser aplicada na terapia de um público alvo bem amplo que vai de recém nascidos a idosos.

Efeitos da Bandagem

A bandagem promove estímulos sensoriais e mecânicos (elásticos) duradouros e constantes na pele. Esta bandagem mantém a comunicação com os tecidos mais profundos através de mecanorreceptores encontrados na epiderme e derme. De acordo com a fisioterapeuta, diversos benefícios vêm sendo descritos por estudos que comprovam a eficácia da técnica, sendo os mais conhecidos:

  • Redução de dores;
  • Correção biomecânica articular e de funções musculares;
  • Melhora da circulação sanguínea e linfática;
  • Reparação de lesões;
  • Facilitação ou limitação de movimentos.

Além desses benefícios básicos, a kinesio taping também tem efeitos positivos na correção postural, principalmente em adolescentes, na diminuição da restrição de cicatrizes, na diminuição de edemas e na melhora da aparência de manchas roxas causadas por lesões de cirurgia ou por batidas. Porém, os efeitos menos conhecidos da bandagem terapêutica se dão em sua utilização em patologias neurológicas. Conforme a fisioterapeuta, dentro desse meio ela pode ser aplicada tanto na pediatria quando na neurologia adulta.

Bandagem em doenças neurológicas

Na pediatria, a bandagem pode ser aplicada em tratamentos de paralisia cerebral, relaxando os músculos da criança que geralmente tem a musculatura muito rígida, promovendo o alívio de dores, ajudando na parte da postura do tronco, e facilitando os movimentos do corpo. Além disso, algumas crianças apresentam sialorréia intensa (babam muito), e nesses casos a bandagem pode ajudar a diminuir esse fluxo.

Outra patologia neurológica em que a kinesio taping pode agir positivamente é a síndrome de down. Nela, acontece o contrário da paralisia cerebral, pois as crianças são mais “molinhas”, com uma musculatura hipotônica e flácida, e tem pouca força para realizar movimentos. Nesses casos a bandagem entra como um reforço muscular para dar suporte à musculatura e potencializar o fortalecimento por meio dos exercícios da fisioterapia. Para essas crianças a bandagem estabiliza as articulações evitando possíveis luxações.

Como você percebeu, esta técnica pode ser muito utilizada na neuropediatria, por isso lançamos o curso de Bandagem na neuropediatria e já estamos na 2a turma do ano! Ainda dá tempo de você se inscrever! Clique aqui e saiba mais!

Fonte: Revista Mais Saúde.