Um estudo inovador realizado nos Estados Estudos, descobriu ser possível realizar o diagnóstico precoce do transtorno do espectro autista (TEA) em crianças a partir dos 3 meses de idade, por meio de um eletroencefalograma (EEG), exame que mede a atividade elétrica do cérebro.

O que é o Transtorno do Espectro Autista

O Transtorno do Espectro Autista é um transtorno do neurodesenvolvimento infantil caracterizado por dificuldades na interação social, comunicação, comportamentos repetitivos e interesses restritos, podendo apresentar também sensibilidades sensoriais.

O diagnóstico do TEA é clínico, feito através de observação direta do comportamento e de uma entrevista com os pais ou responsáveis. Os sintomas costumam estar presentes antes dos 3 anos de idade, sendo possível fazer o diagnóstico por volta dos 18 meses de idade.

Na maioria das crianças, a causa é desconhecida, embora, em alguns casos, existam evidências de um componente genético ou uma causa médica.O transtorno do espectro do autismo pode se manifestar durante o primeiro ano de vida, mas, dependendo da gravidade dos sintomas, o diagnóstico só ser claro na idade escolar.

Não há cura para o autismo. Remédios para lidar com ele só são prescritos na presença de agressividade e de outras doenças paralelas, como depressão.

O tratamento deve ser multidisciplinar, englobando médicos, fonoaudiólogos, físioterapeutas, psicólogos e pedagogos. Em resumo, tudo isso visa incentivar o indivíduo a realizar, sozinho, tarefas como se vestir, escovar os dentes e comer.

Isso, claro, sempre de acordo com o grau de dificuldade de cada criança. Quando as intervenções são feitas precocemente, há boa chance de melhora nos sinais do autismo.

Pesquisa e resultados

O estudo foi conduzido pelo Hospital Infantil de Boston em conjunto com a Escola de Medicina de Harvard e a Universidade de Boston. Foram submetidos ao exame 188 bebês, sendo que 99 tinham um irmão mais velho diagnosticado com autismo e 89 era considerados com baixo risco de desenvolver autismo. 

O estudo acompanhou essas crianças dos 3 aos 36 meses de idade, onde é possível realizar um diagnóstico mais assertivo. Foi desenvolvido um algoritmo que percebe alterações sutis na atividade elétrica do cérebro em portadores do TEA. 

Um dos cientistas envolvidos ficou bastante surpreso com a precisão dos resultados, cerca de 95% aos 3 meses e perto de 100% aos 9 meses, principalmente por ser possível verificar o grau dentro do espectro autista já aos 9 meses. Por não ser um exame invasivo e ter um baixo custo, é possível ser incorporado na rotina de avaliações dos bebês.

Atualmente estão sendo desenvolvidos inúmeros estudos observacionais em bebês dos 3 aos 6 meses de idade, quando já é possível identificar alterações no desenvolvimento infantil.

Este interesse em bebês leva em consideração o benefício de se ter um diagnóstico precoce, independente da patologia, permitindo iniciar logo o tratamento e diminuindo a preocupação por parte dos pais.

Estudos demonstram que a intervenção precoce pode ser definitiva para que algumas barreiras do desenvolvimento da criança autista – principalmente de comunicação e comportamental – sejam superadas.

Você, profissional da área da fisioterapia, quer aprender um pouco mais sobre como tratar crianças autistas? Se liga no nosso novo curso “Abordagem fisioterapêutica no autismo“.

 

Fonte: Revista Crescer.

Uma coisa que preocupa os pais é o efeito que o uso de telas, como smartphones e tablets, podem causar em seus filhos. Com base nisto, reunimos alguns estudos que estão sendo realizados nos Estados Unidos sobre como o uso de telas pode afetar o cérebro das crianças e adolescentes, vamos lá?

 

Primeiro vamos falar de um estudo inovador realizado pelo governo norte americano que está tentando entender como o tempo de exposição de telas está mexendo com a estrutura física do cérebro e o desenvolvimento físico e mental das crianças e adolescentes atualmente.

Este estudo está sendo realizado em 21 locais dos Estados Unidos e os cientistas acompanharão 11000 crianças de 9 e 10 anos por dez anos para poderem mapear seus cérebros. A Dra. Gaya Dowling, do Instituto Nacional de Saúde Nacional americano, conta o que já aprenderam neste estudo.

Foram realizadas ressonâncias magnéticas com 4500 crianças inicialmente e as que passavam mais de 7 horas diárias com tablets, smartphones e telas em geral apresentaram diferenças significativas em relação as que não utilizavam tanto as telas.

Foi verificado um afinamento do córtex das crianças expostas as telas; o córtex é responsável pelo processamento de informações dos cinco sentidos (tato, audição, olfato, paladar e visão). Este afinamento do córtex é natural, mas acontece em uma idade mais avançada, não tão precocemente.

Outro dado importante já revelado por este estudo é que crianças que passam mais de duas horas expostas a telas diariamente obtêm notas mais baixas em testes de linguagem e de raciocínio.

Esperasse que quando o estudo estiver concluído seja possível apontar se esta exposição realmente afeta a criança e se a criança pode se viciar ou não nas telas.

Muitas questões só poderão ser respondidas com o término do estudo, o que deixa muitos estudiosos e pais ansiosos, principalmente para saber da exposição em crianças muito pequenas.

 

 

Uso de telas em crianças até 24 meses

Bebê olhando fixo apra tela de tablet

O Dr. Dimitri Christakis, autor das principais diretrizes mais recentes da Academia Americana de Pediatria para o tempo de exibição recomenda aos pais evitar o uso de mídias digitais, exceto bate-papo por vídeo em crianças menores de 18-24 meses.

É sabido que as crianças não transferem o conhecimento do mundo virtual para o real, ou seja, se ela aprende a empilhar blocos virtuais, ao ser apresentado os blocos reais para ela, ela vai iniciar tudo novamente, pois não consegue transferir as habilidades adquiridas nos jogos de duas dimensões para três dimensões.

Dr. Christakis é um dos únicos a desenvolver estudos com telas em crianças menores de dois anos, pois este é um período crítico na formação do cérebro humano. Os bebês são mais vulneráveis a estes equipamentos, pois eles sentem uma satisfação maior ao verem as coisas acontecendo, por isso que eles ficam tão fascinados ao verem os vídeos ou jogos de recompensas virtuais com luzes e sons.

 

Uso de telas em Adolescentes

Adolescente com olhar fixo em smartphone

Cientistas da Universidade da Califórnia conseguiram revelar o que acontece nos cérebros de adolescentes quando estão focados em dispositivos móveis, principalmente as redes sociais, já que a maioria deles alegam acessar a cada 10 ou 20 minutos.

Enquanto a maioria dos jovens relatam que o uso das redes sociais os fazem se sentirem mais conectados aos amigos, um estudo da Universidade da Pensilvânia relatou o contrário; os estudantes ficaram limitados a acessarem instagram, facebook e Snapchat por apenas 30 minutos diários e relataram reduções significativas na solidão e depressão.

 

É claro que a tecnologia traz inúmeros benefícios para o nosso dia a dia, mas é importante pensarmos que isto pode trazer consequências sérias.

O instagram, por exemplo, está monitorando o tempo que passamos nele, nos auxiliando a passar menos tempo na vida virtual e mais na real.

O nosso recado é: cuide para que seus filhos não sejam expostos demais ás telas e você mãe ou pai, curta mais a vida real, assim seu filho crescerá com o exemplo de que a tecnologia é muito benéfica, mas não deve ser utilizada de maneira desenfreada.

 

Extraído de: CBS NEWS

Como o cérebro é formado?

O cérebro é o órgão mais importante do ser humano. É um órgão complexo que desempenha um papel importante em todas as funções do corpo. De um modo geral, o cérebro do bebê começa a ser formado após a décima segunda semana de gestação. Até nascer, o cérebro já possui milhões de neurônios, entretanto, mais de 80% das conexões entre esses neurônios irão se formar somente após o nascimento. O cérebro dos bebês é 250% mais ativo que o cérebro de um adulto. Até os dois anos de idade tem o dobro de conexões sinápticas de um adulto e a velocidade destas conexões são mais rápidas nos primeiros anos de vida do que em qualquer outro período. A maior parte das conexões é realizada após o nascimento – por isso é tão importante proporcionar estímulos corretos aos bebês. Essas conexões se chamam sinapses e são responsáveis por integrar e unir todas as funções (entre elas a memória e o aprendizado) no cérebro. Quanto mais estímulos corretos proporcionamos ao bebê durante e após a gestação, mas fortes estas conexões ficam!

A posa sináptica

Por volta dos dois anos, há um pico de conexões nervosas, ou seja, o cérebro está bastante reativo com o ambiente. A partir desse período (por volta dos 3 anos), o cérebro realiza a chamada “poda sinóptica”. A poda sináptica é o refinamento dessas conexões. O cérebro se desfaz daquelas que não são muito usadas e reforça aquelas estimuladas ao longo dos primeiros anos de vida (há uma diminuição normal no número de conexões, mantendo somente aquelas que mais importam!). Esse processo acontece novamente por volta dos 12 anos de idade e o número de conexões já ficará bem parecido com a de um adulto. Sendo assim, após os 2 anos de idade, as conexões mais importantes são fortalecidas e mantidas pelo resto da vida e servirão como base para a formação do aprendizado, da memória e da cognição. Os primeiros mil dias da criança (gestação + os dois primeiros anos de vida) são fundamentais no desenvolvimento do cérebro e darão toda a base para as demais tarefas aprendidas ao longo da vida! Por isso é tão importante cuidar e estimular corretamente os bebês nesta fase.

Pessoas voando com balão em forma de cérebro

O cérebro e os sentidos

Ao longo do desenvolvimento, as áreas do cérebro não maturam ao mesmo tempo. Estudos mostram que os cinco sentidos (tato, visão, olfato, paladar e audição) são desenvolvidos durante a gestação e aprimorados após o nascimento. O tato é o primeiro dos sentidos a se desenvolver e se inicia entre a 5ª e 12ª semanas de gestação. A audição é o segundo a aparecer (a partir da 12ª semana de gestação). O olfato começa a ser estimulado por volta da 28ª semana de gestação. Já o paladar se desenvolve no terceiro trimestre da gravidez. E o último a se desenvolver é a visão. Os cinco sentidos são as primeiras ferramentas que o bebê usa para entender o que está a sua volta. E é durante a gestação que ele tem as primeiras experiências. A partir dessas experiências, o bebê começa a amadurecer as sensações e as reações a partir de cada estímulo. O processamento das memórias, ao contrário dos sentidos, só acontece após o nascimento. As áreas envolvidas como o hipocampo, partes do córtex e a visão só se desenvolve a partir dos primeiros meses de vida.

O cérebro é plástico!

Um aspecto importante do cérebro de um recém-nascido é a capacidade de mudança – a neuroplasticidade. Esta capacidade é importante pois molda o desenvolvimento do cérebro conforme as experiências vividas. Por isso é tão importante entendermos a importância do desenvolvimento cerebral na infância – principalmente até os dois anos de idade. Estudos mostram que o período de maior atividade sináptica é entre o nascimento e os 12 anos de idade sendo que até os 2 anos, as conexões formadas servirão como pilar para todo o funcionamento do cérebro.