A abordagem em crianças portadoras do transtorno do espectro autista (TEA) requer sempre uma equipe multidisciplinar, como o fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicopedagogo e terapeuta ocupacional. Hoje, no entanto, iremos nos focar na fisioterapia no tratamento do TEA, que pode ter um impacto extremamente benéfico na qualidade de vida dos pacientes.

As crianças com TEA possuem alguns desafios em muitas áreas da sua vida. Além de atrasos no desenvolvimento, a maioria tem baixa tonificação muscular e grandes dificuldades de coordenação motora (correr, chutar, lançar, etc.). Estas questões podem interferir no funcionamento básico do dia a dia e é quase certo que elas interferem no desenvolvimento social e físico.

O desenvolvimento de uma criança com TEA

Normalmente, a partir dos 6 meses a criança já começa a apresentar alguns sinais muito sutis, como não atender ao chamado da mãe ou então a falta de interação durante o aleitamento materno. Essas diferenças de comportamento muitas vezes não são percebidas logo de imediato, mas, como já publicamos, existem pesquisas que preveem diagnosticar o TEA a partir do 3 meses, por meio de um eletroencefalograma (EEG).

Muitos sintomas apenas são percebidos perto dos 2 anos, que podem variar desde a dificuldade com a coordenação, a falta de força muscular e de equilíbrio.

A atuação do fisioterapeuta no TEA

O profissional de fisioterapia atua diretamente em funções determinantes para a vida da criança e adolescente com autismo; e até mesmo adultos. É importante ressaltar que quanto antes o tratamento iniciar, maiores são as chances de uma evolução bem-sucedida existir. 

No caso das habilidades motoras, o fisioterapeuta atua em funções básicas, como andar, sentar, ficar de pé, jogar, rolar, tocar objetos, engatinhar e a se locomover de maneira geral. atuando, principalmente, na melhora da qualidade de vida da criança. Além disso, também podem trabalhar com os pais para ensinar técnicas para ajudar os filhos a desenvolver força muscular, coordenação e habilidades motoras.

Já em ambientes escolares, os fisioterapeutas podem fazer com que as crianças trabalhem com eles individualmente, ou encorajá-las a participar nos ambientes ou em situações da vida real. Não é incomum que um fisioterapeuta crie grupos, juntando vários tipos de crianças, para trabalhar nos aspectos sociais das capacidades físicas. Fisioterapeutas também podem trabalhar juntamente com os professores de educação especial e auxiliares, professores de educação física e pais, para fornecer ferramentas para a construção de habilidades sociais e físicas.

A fisioterapia no tratamento do TEA: o método Bobath

Dentre vários exercícios voltados para a melhora do autista, muitos fisioterapeutas trabalham com o método Bobath, responsável por resultados muito satisfatórios. Importante salientar que tal técnica não surgiu para a intervenção no autismo, mas para casos envolvendo derrames cerebrais e paralisias infantis. Além disso, o método pode ser empregado em crianças e adultos.

Os fisioterapeutas entram com o método Bobath para a atuação em detalhes imprescindíveis na vida do autista. O trabalho na coordenação é uma das prerrogativas. Além disso, a adequação do corpo a uma postura (física) mais saudável é o ponto-chave da técnica Bobath. Ela é responsável por:

  • Aumentar o controle sobre a postura;
  • Simetria do corpo;
  • Variar as posturas;
  • Alongamento;
  • Aumentar ou diminuir tônus muscular;
  • Estimular extensão de cabeça, tronco e quadril nas crianças hipotônicas;
  • Estimular a reação de proteção e equilíbrio;
  • Trabalhar as rotações do tronco.

É válido reiterar que cada caso é único, então os resultados só podem vir a cada um de forma distinta. O autista pode ter uma vida muito melhor quando as intervenções são realizadas por profissionais multidisciplinares e acompanhamento dos pais.

É válido reiterar que cada caso é único, então os resultados só podem vir a cada um de forma distinta. O autista pode ter uma vida muito melhor quando as intervenções são realizadas por profissionais multidisciplinares e acompanhamento dos pais O autista é uma pessoa especial que merece atenção tanto dos profissionais que os cercam quanto dos pais, dando para ele as melhores estruturas para que possam levar uma vida quase normal.

Se você, fisioterapeuta, está em busca de qualificação profissional para poder promover uma melhor qualidade de vida aos seus pacientes com autismo, não deixe de conferir em nossa agenda o curso de Abordagem Fisioterapêutica no Autismo (TEA), com a fisioterapeuta Andreza Hoepers da Clínica Viva Neuroreabilitação de São Paulo/SP.

Referência: Verywell Health.